Voltando
a pé para casa, sozinho e à noite, pela Peixoto. Um indivíduo branco, magro, cerca
de 1,70m, vestuário barato, porém limpo, e por volta dos 35 anos de idade, me aborda
na calçada semideserta.
- Senhor!
senhor!
(Scanneando para estereótipo de ladrão...)
- Eu
trabalho aqui perto, numa prestadora de serviço...
(Scanneamento completo. Probabilidade: 32%)
- Estou
até com o bilhete único, olha só...
(Ótimo, estou com as mãos no bolso. Ele vai
achar que eu estou armado.)
- E
queria pedir, por favor...
(Por que eu teria uma arma? Não faz sentido. Mantenho
as mãos no bolso, porém.)
- ... Ladrão
não pede por favor, não é?
(Bom ponto.)
- Eles me
liberaram mais tarde e eu não tenho um tostão no bolso pra voltar pra casa...
(O velho truque? Esperava mais.)
- O
senhor não tem um trocado pra “passage”?
(Saco a carteira e, instantaneamente, me sinto
um idiota.)
- Vou até
ficar mais longe pro senhor ver que eu não tô de malandragem.
(Fique onde quiser. À essa altura, com a
carteira aberta no meio da rua, só me resta torcer mesmo)
Entreguei
R$1,50 para o cara. Ele me agradeceu e disse que se virava com o resto. Sei lá,
posso ser ingênuo. Mas acho que era verdade.
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