- - - - Texto enviado por Bruno Faria - - - -
Quando o Chico me pediu para
escrever um texto falando sobre o Corinthians, no início fiquei preocupado. O
que eu posso falar que já não foi dito milhares de vezes, por gente muito
melhor do que eu? Mas me dei conta que tem sim algo só meu nestes 32 anos como
torcedor alvinegro e é isso que conto aqui. Vou relacionar alguns jogos que me
foram especiais, por um motivo ou outro. Seja o primeiro em que vi no estádio
ou o primeiro que comemorei como corintiano, todos fazem parte desta minha
história com o Sport Club Corinthians Paulista. Espero que vocês também se
identifiquem com alguns destes!
Ah, os jogos não estão dispostos
em ordem de importância ou coisa parecida, não me atrevo a colocar um critério
deste. Vou colocá-los aleatoriamente, na medida em que for lembrando.
Corinthians x Guarani – Final do Paulistão de 1988
Este foi o primeiro título que me
lembro como torcedor do Corinthians. Tinha oito anos e vi o jogo na casa da
minha avó. Não me lembro de quase nada do jogo, nem da comemoração depois. Mas
me lembro muito bem do gol do Viola, está gravado na mente como se fosse hoje!
E na comemoração, tirando a camisa e jogando para a torcida. Viola foi um dos
meus primeiros ídolos no futebol, ainda mais quando anos depois passou a
comemorar os gols sempre com alguma coreografia. Ir ao estádio era esperar gol
de Viola e ver o que ele tinha combinado para a comemoração da vez!
Corinthians x Palmeiras – Primeiro jogo da final do Paulistão de 1993
A primeira vez em que fui ao
estádio ver o Timão. Estava com 13 anos e na época ainda era permitido entrar
com bandeiras e instrumentos e as barracas de pernil ainda não tinham sido
proibidas. Fui com meu pai, que apesar de torcedor da Lusa sempre me levou aos
jogos. A emoção de entrar no estádio lotado, ouvindo o barulho da torcida, é
espetacular! Ver o Morumbi literalmente balançando quando a torcida pula é
experiência única, ainda mais para quem nunca tinha visto nada parecido! E
ainda pude ver o Coringão ganhar com a famosa comemoração do “gol porco” do
Viola.
Corinthians x São Paulo – Final do Brasileiro de 1990
Já com 10 anos, o Corinthians deste Brasileiro me apresentou quem até hoje é meu maior ídolo: José Ferreira Neto, o Xodó da Fiel. O que o Neto fez neste campeonato não é brincadeira. Craque maior de um elenco esforçado, mas inferior ao de muitos times do torneio, Neto fez gol de falta, gol de cabeça, com a bola rolando, bateu a falta para o primeiro gol no primeiro jogo da decisão, feito por Wilson Mano. Levou o Corinthians na marra para o primeiro título brasileiro da história. Estava em casa vendo o jogo pela tevê. Quando Tupãzinho, nosso eterno amuleto, marcou, comecei a chorar. Quando a final acabou, meu pai nos levou para comer um lanche. A cidade estava toda parada com a torcida comemorando (ou pelo menos assim me pareceu, afinal tinha dez anos!). Eu, de camiseta do Timão, acenava e comemorava junto com eles. Inesquecível!
Corinthians x Vasco – Final do Mundial de 2000
De férias, voltei da praia onde estava com a família para ver o jogo contra o Real Madrid. Logo depois, desci com meus amigos para Peruíbe, onde ficamos até o fim do campeonato. Assistimos a final na casa de outros amigos corintianos que também estavam na cidade. Eu tinha recém-machucado o joelho, estava difícil até para andar. E a final foi tensa, o Vasco era um esquadrão com Mauro Galvão, Edmundo, Juninho Pernambucano, Felipe e Romário. O Corinthians não ficava atrás com Marcelinho, Rincón, Edílson, Luizão e Ricardinho. Quando Edmundo perdeu o último pênalti, pulei o muro da casa com joelho ruim e tudo para comemorar na rua. E à noite o centro de Peruíbe estava tomado de corintianos celebrando o título, lembro que até representei o papel de Dida contra um Edmundo qualquer para depois ser abraçado por gente que nunca vi na vida. Isso é Corinthians!
Corinthians x Boca Juniors – Final da Libertadores de 2012
Esse não poderia faltar. Eu
estava no estádio nas duas eliminações para o Palmeiras. Eu estava no estádio
quando perdemos para o River no famoso “Pega, Pega” do Geninho. Garanto que não
sou pé-frio, já comemorei muito título em estádio. Mas a Libertadores era um
espinho na garganta. Perdíamos com times ótimos como os de 1999 e 2000.
Perdíamos com times mais ou menos como o de 1995. Perdíamos com Tevez, Nilmar e
Cia limitada. Perdíamos, enfim. Até este ano. Da batalha contra o Vasco, salvos
pela espetacular defesa de Cássio e o gol de Paulinho, monstro do meio de
campo. A semifinal com o Santos de Neymar, quando apareceu a frieza de Danilo
ao empatar o segundo jogo. E a final contra o Boca, a maior decisão da história
da Libertadores, desde então e para sempre! Romarinho empatando o jogo na
Bombonera com seu primeiro toque na bola em todo o torneio. Em São Paulo, o
jogo do herói Emerson Sheik, autor dos dois gols que exorcizaram o fantasma do
Boca, matador de brasileiros, time que não perde na Bombonera e joga melhor
fora de casa, uma camisa muito pesada quando o assunto é Libertadores. Foi
destroçado sem dó nem piedade pelo esquadrão do Professor Tite, o Filósofo do
Rio Grande. E para mim, além de tudo isso, a final teve um toque especial:
Quando nosso capitão Alessandro levantou a taça já passava da meia noite,
estávamos no dia 05 de julho. Meu aniversário. Não poderia pedir presente
melhor! Muito obrigado, Corinthians!
E o melhor Corinthians de todos os tempos está escalado abaixo:
Ronaldo; Zé Maria, Chicão, Gamarra, Wladimir; Paulinho, Sócrates, Neto, Rivelino; Viola, Marcelinho Carioca.
De arrepiar os vídeos - principalmente, para mim, o do gol do Tupãzinho e o dos pênaltis do Mundial
ReplyDeleteÉ engraçado. Por mais que os "antis" não admitam a legitmidade do mundial de 2000 e que até alguns corinthianos não dêem tanto destaque ao campeonato, toda a torcida se lembra com carinho daquele jogo contra o R.Madrid e também do dia da grande final perante o melhor Vasco da história.
ReplyDeleteParafraseando Nelson Rodrigues, se aquele esquadrão não levou a Libertadores, azar da Libertadores.