Admito: não sou fã, mas às vezes frequento os Xing-lings da
vida, onde a muamba corre solta. Na região da Paulista, onde trabalho, conheço
dois. Você chega nesses estabelecimentos com a expectativa de entrar no
Paraguai, mas, por algum lapso no espaço-tempo, acaba indo parar em solo
chinês. Worm-holes existem.
Os promo-centers, stand-centers, ou seja lá qual for a
denominação que se queira dar para os mini-shoppings orientais, gozam da fama
de ter de tudo. As pessoas tem uma ideia de onipotência quando se referem à
pirataria. “Aparelho de ressonância magnética? Lançou agora? Então você acha lá
na 25 ”. “Enriquecimento de urânio a 20%? Já procurou na Pagé?“. Como foi que
conseguiram essa reputação? Multinacionais torram milhões em propaganda por uma
fração desse prestígio. Deve ter a ver com a Lei de Gerson e seu lugar cativo
no subconsciente do brasileiro. Se é legal, não pode ser bom. E se tem
malandragem no meio, só pode ser ótimo.
Existe uma etiqueta própria para se circular entre essas
lojas separadas por divisórias plásticas onde ser atendido em português é luxo.
Aprendi algumas regras:
1) Nunca brigue com um vendedor e resolva comprar em uma
outra loja só para provoca-lo. A não ser que você pague “em dinero, né”. Porque
existe uma chance bastante considerável da loja que você comprou pedir pra você
passar o cartão de crédito na do cara que você brigou. E aí sim você será
surpreendido. Ficará com cara de idiota, enquanto eles conversam em coreano na
sua frente. Por que cada loja não tem a sua própria máquina?
2) Pechinche, sempre. Se você pagar o primeiro preço que
eles pedem, também irão rir da sua cara quando você virar as costas, fazendo
piada em coreano. Uma boa solução é fazer a primeira contraproposta lá embaixo,
porque eles costumam fazer uma média. Exemplo: “Quanto custa a capa do celular?”.
“$40.” “Pago $20.” “$20 não... Faço $30. Em dinero”.
3)Eles tem um medo desproporcional da taxa para pagamento em
cartão. Jogue com isso. “$100?! Faz por $30 em dinero?”.
4) Não faça perguntas sobre garantia. Não é de bom tom e
pode constranger o vendedor. Existe um acordo tácito nesses lugares: se você
voltar no dia seguinte, e lembrarem da tua cara, eles trocam pra você.
5) Não caia na tentação de pedir o CPF na nota. Mais uma
vez, vão rir de você e tirar sarro numa língua que você não entende.
Ta bom, pode confessar o autor real do post. Ate pq todo mundo sabe que na regiao da Paulista o sr. só mora.
ReplyDeleteOpa, moro E trabalho. um leão por dia...
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