Wednesday, October 12, 2005

Dos submarinos e viagens afins

Sempre tive verdadeiro fascínio pelas máquinas que proporcionam experiências diferentes daquelas da vida cotidiana. E os submarinos certamente se encaixam na minha definição do não-cotidiano, bem como, creio, na da grande maioria das pessoas que não trabalham neles. Dia desses, passeando pelos canais de tv, fui parar num desses documentários que só se assiste en passant. Sobre submarinos, claro.
O cotidiano nessas máquinas, porém, como me dei conta, é muito menos fascinante que o conceito do submarino em si. Para começar, é tudo muito apertado lá dentro e para onde quer que se olhe tudo é visto num escurecido tom metálico. A iluminação não é das melhores, muito menos a decoração, um tanto espartana. Falta (aqui não resta dúvidas) uma janela grande de vidro para que a tripulação ao menos possa entreter-se observando tubarões ou alguma lula gigante. Como no Nautilus.
Em situações de emergência, acendem-se as luzes vermelhas e o ambiente vira um grande laboratório fotográfico. Não seria prudente disparar uma sirene ou coisa que o valha, já que os submarinos, inclusive os inimigos, orientam-se por sons. Nesse ponto do documentário, um velhinho (quem seria?) surge para, num raciocínio cartesiano, explicar que os engenheiros se esforçam para eliminar o som mais alto produzido dentro da embarcação. Mas que, uma vez eliminado ou diminuído este som, um novo som mais alto aparecia, e o trabalho nunca ficava completo. Brilhante.
Que os submarinos se orientam por sonares todo mundo sabe. Mas que estes se tornaram tão sensíveis a ponto de não informarem quase nada, para mim era novidade. Ouvir um dos operadores dizer que muitas vezes é difícil distingüir o som de uma foca do de um navio deve ser, no mínimo, preocupante para o restante da tripulação. Nessas horas que a janela de vidro seria, mais uma vez, uma ótima solução. Se um par de torpedos apontar da direção onde estaria a foca, não restará dúvidas de que era um navio.
Os especialistas se redimiram esforçando-se para desfilar seus conhecimentos sobre os sons do mar: “Um barco a vapor faz poc-poc-poc ... a baleia faz nhéc–nhéc- nhéc.... como um choro. Uma lancha faz vvvvvvvv....”. E por aí foi. Hilário... até deu para esquecer que eles não fazem a menor idéia do que estão escutando.
Em tempo: as “viagens afins” do título ficam para outra ocasião. Não quis escrever só “Dos submarinos”. Muito curto.

7 comments:

  1. Fala, Scattota!

    Curti o blog. O melhor é que você já atrasou a segunda atualização. Não era pra ser na terça ? hahahah

    Abraço

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  2. Legal o blog, mas senti falta de algum comentário sobre o todo poderoso Timão!

    Abraço,

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  3. Bomba, faltou a informação mais importante de todas sobre um submarino.... que apesar de toda a tecnologia existente o que, ainda, é usado para medir o quanto o submarino se deformou devido à pressão da água é um barbante que é estendido de ponta a ponta no barco na superfície e quando ele está submerso medem quantos centímetros o barbante cedeu...
    Impressionante, não???
    Aguardo, anciosamente, os cometário do Figura... acredito que ele será muito sincero..rsrsrs!

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  4. Eric, acredito que anciosamente seja com "s"

    falow!
    bomba

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  5. Olé,
    mantenha o blog sempre atualizado, assim eu não sou obrigado a assistir os documentários do Discovery. É importante atentar para os detalhes desses programas, são coisas que eu, trabalhando 10 horas por dia e ganhando salário de ajudante de obras não consigo fazer.
    Falou, Figura.

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  6. Figura, eu gravo pra você. Daí você pode assistir no intervalo da obra.

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  7. Chico, submarinos com grandes janelas devem ser pouco viáveis. Só aparecem com freqüência em desenhos animados (que você deve ter deixado de assistir na infância pra ver competições sub-esportivas).

    Falou.

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