Tuesday, February 26, 2013

Da Morte




   Quero morrer cedo. Aos 40, ou 50. Não sei se é para não dar trabalho aos outros ou, justamente o contrário, se é uma questão egoística. Partir no auge, passando ao largo dos problemas da velhice.
    Também quero morrer dormindo. Gostaria que a minha passagem, ao contrário do que eu desejo para a minha vida e legado, fosse imperceptível. Que quando perguntassem "Ele morreu?" pairasse a dúvida. "Morreu nada. Mudou-se para Itanhaém." E acreditariam, porque, vá lá, é quase a mesma coisa.
   Apenas algo me atrai mais do que a morte precoce, incógnita e indolor. Que ela me esqueça. Afinal, convenhamos... O que nos permite ser razoável e compreensivo com a morte é a sua absoluta infalibilidade. Ou não?



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