Monday, August 30, 2010

Guia de Restaurantes - Volume I




Neste primeiro volume do Guia de Restaurantes 2010 cobriremos os estabelecimentos conveniados à “Rede de Serviços da Secretaria para Alimentação” (RSS Feed). As casas visitadas pela Equipe do Blog são as que aceitam o ticket holográfico impresso com o Brasão do Estado em três dimensões. Nunca enxergou? Desfoque a visão e vá recuperando o foco aos poucos. Nada ainda? Que pena.


Jardim Paulista – Grande hit da Secretaria no começo do ano, ainda conserva uma clientela fiel. O ambiente é agradável e as atendentes simpáticas. Recentemente adquiriu uma máquina de café. Peça pela ficha no caixa, é de graça. Não se esqueça de colocar o copo embaixo antes de apertar o botão.

Elite Mineira –  O nome é pretensioso, e o restaurante faz jus a ele. O Elite Mineira é pequeno e, como não poderia deixar de ser, elitizado. Seus clientes ficam restritos ao bem decorado segundo andar. Ou seja: é para poucos. Mesas temáticas fazem o charme da locação. Sinta-se na fazenda almoçando em grupo na mesa de madeira rústica - ou para, um clima mais intimista, recorra à mesa externa, onde o piso de grama artificial proporciona uma impensável paisagem bucólica em plena região da Paulista. Evite o horário das 11:30 – cardápio completo só a partir do meio dia.

Restaurante do Flat – Boa comida, preço honesto, ambiente amplo e limpo. Lacrado há poucos meses pela vigilância sanitária. O Buffet era bem variado, e o preço único permitia que se comesse à vontade (por sua conta e risco, como viemos a saber). Que tenha sido interditado antes do Kiloucura foi a maior injustiça desde a Copa de 50.

Aquarela – Pior custo-benefício dentre os restaurantes pesquisados. Seu ponto alto é o preço elevado. De todo modo, salva-se o churrasco. Intriga o fato do buffet do segundo andar ser igual ao do primeiro. Ao pagar, peça pela ficha do café. É cortesia, mas as moças do caixa são mal educadas.

PF da Pamplona –  Esse é roots. Padoca com restaurante nos fundos, no melhor estilo Almoce-se-puder. Pratos fartos e comida saborosa, a preços competitivos, são o diferencial do lugar. Fica a ressalva das instalações: o PF da Pamplona passa a impressão de ser insuportavelmente quente no verão. Potentes ventiladores de parede colados um no outro estão a postos à espera das altas temperaturas. Cuidado: ligar todos na potência máxima pode fazer com que o restaurante inteiro levante vôo.

Kiloucura – Esta pérola da culinária sino-brasileira atende bem lá pra baixo da Rua Pamplona. O nome insólito e original remete erroneamente às Casas da Rua Augusta, mas não se engane: trata-se do bom e velho porquilo. Incrustado no subterrâneo de onde deveria haver dezenas de lojas de eletrônicos, o Kiloucura divide opiniões. Uns não gostam. Outros não gostam e acham sujo. Curioso porque nunca houve prova documental que sustente as queixas (vermes no alface, baratas na sobremesa ou ratos correndo pela cozinha). Ainda assim, fica a fama. O copo com gelatina é cortesia, mas seu consumo, embora opcional, é expressamente recomendável. Contém vermífugo.

(Não perca as próximas publicações: "Guia de Cafés" e "Guia de Restaurantes - Volume II)

Friday, August 27, 2010

SP Underground II


Andar de metrô causa perda momentânea da personalidade. Deveria haver um aviso na entrada prevenindo os passageiros deste mal súbito. Hoje, por exemplo, um vagão passou batido pela plataforma e parou logo na saída do túnel. Andou mais um pouco pra frente e, logo em seguida, retornou de marcha-ré.
O curioso disso tudo não é exatamente o movimento do trem, mas a reação das pessoas - antes, ainda, a falta dela. Ninguém comenta que o trem errou, ninguém lamenta, ninguém se surpreende.
Outro dia o trem ficou parado por 10 minutos na estação, cheirando queimado, as portas abertas. Os funcionários andavam pra lá e pra cá, tentando descobrir a falha. Quase ninguém deixou o vagão, fizeram cara de paisagem. Quando o trem fica parado no meio do túnel, idem: indiferença total. Nem a falta de oxigênio em um ambiente claustrofóbico é suficiente para que se fale alguma coisa. Fico imaginando qual o nível de tolerância dessas pessoas. Será que depois de uma hora parados comentariam entre si que o trem parou? Nessas ocasiões, sinto-me no filme Resident Evil. Os zumbis do cinema são agressivos apenas contra os seres humanos. Quando entre eles comportam-se mais ou menos como num desembarque na estação da Sé: autômatos, olhar perdido, vagando em manada.
Parece que nada é realmente capaz de perturbar um usuário do metrô. Dizem que certa vez, na década de 80, um Alien cruzou velozmente toda a extensão do túnel, perseguido por um Predador. Ninguém se incomodou nas plataformas.